Março/2017 – Desigualdade de Gênero

Introdução

O tema do mês de Março/2017 no Projeto ConheSeremos é Desigualde de Gênero.

Desde os primeiros registros humanos, percorrendo a ação nômade até o posterior estabelecimento de indivíduos em agrupamentos sócio-geográficos, a necessidade de divisão de tarefas se configurou um meio de sobrevivência, mas também um sistema de delimitação da ação dos componentes do grupo. A força física masculina, voltada para a caça, a pesca e a colheita, resguardava na atenção feminina a ordem, a maternidade e a criação dos indivíduos em aldeamentos. Passados séculos e séculos, entre surgimentos e quedas de civilizações, evoluções tecnológicas, jurídicas, políticas, econômicas e sociais, essa conceituação básica ainda permanece latente. Não que ela tenha se tornando desnecessária, ao contrário. Porém, como somos homens e mulheres que respondem a demandas do próprio tempo, modificamos, ampliamos e repensamos nossas formas de vida e sobrevivência ontem e hoje.

Hoje, milhares de mulheres trabalham, cuidam de filhos, criam famílias, dirigem empresas e realizam o trabalho que todos os homens exercem. Possuem massiva entrada no mundo letrado e laboral, despertando a criatividade, a arte e a reflexão social. Diferente do passado distante, em que a força era a medida de controle, hoje estabelecidas nossas formas de vida, necessitamos de habilidades de conduta e ética social para o bem comum. E para tal, não é necessário distinção de gêneros (recurso que deve ser relegado apenas ao plano do biológico) mas sim a equiparação de demandas sociais. O respeito ao corpo, a capacidade de ação, as crenças e interesses pessoais das mulheres a serem considerados da mesma maneira que O Homem (em sua universalidade) já possui.

Texto gentilmente elaborado por:
Juliana Magalhães
Doutoranda em História pela UFF/Anhima/Efa

Leituras

A desigualdade de gênero é ensinada em casa e na escola
Raquel Vidigal – HuffPost Brasil
“Precisamos aprender a como educar sem segregar.”
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Homens ganharam 97% dos Nobel de ciência desde 1901
Manuel Ansede – EL PAÍS
“Existe uma discriminação às mulheres que é sistêmica, universal, que permeia toda a estrutura social e que nem sequer é contemplada como um problema”
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5 fatos sobre as mulheres no Brasil, segundo este estudo do Ipea
Juliana Domingos – NEXO
“Pesquisa domiciliar feita entre 1995 e 2015 traz dados sobre trabalho, família, escolaridade e uso do tempo das mulheres brasileiras”
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O machismo no ambiente acadêmico
Fernanda Domiciano
“O potencial das mulheres ainda é pouco aproveitado na ciência.”
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Brasil despenca 19 posições em ranking de desigualdade social da ONU
Breille Pires
“País aparece entre os 10 mais desiguais do mundo. Além da diferença entre ricos e pobres, levantamento ressalta desvalorização e baixa representatividade da mulher na sociedade brasileira.”
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Mulheres trabalham 7,5 horas a mais por semana do que homens
Andréia Verdélio – Huffington Post
“Mais de 90% das mulheres declararam realizar atividades domésticas; os homens, em torno de 50%, segundo IPEA.”
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Duas barreiras que afastam as mulheres da ciência
Daniel Mediavilla – EL PAÍS
“Elas recebem menos convites para avaliar o trabalho de seus pares. E meninas se veem como menos brilhantes desde os 6 anos”
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Acesso à entrevista com Helen Silva – Coletivo Feminista Indaiatuba
Mario Gioto – ConheSeremos
“Segundo Helen, falta educação sobre gênero nas escolas. Os livros de Filosofia e Sociologia do Ensino Público possuem…”
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As (outras) mulheres brasileiras sobre quem deveríamos aprender na escola
Laís Modelli – BBC
“…outras pioneiras que deveriam ter suas contribuições mais conhecidas e divulgadas.”
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Mulheres já produzem metade da ciência do Brasil
Everton Lopes – Folha
“Temos uma cultura de que a menina tem de ser uma princesinha que, por exemplo, não pode se sujar”, diz Barbosa. “Ciências exigem experimentação.”
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Mulheres ganham menos do que os homens em todos os cargos, diz pesquisa
Pâmela Kometani – G1
“Levantamento da Catho mostra as diferenças salariais em 8 funções e chegam a 62% no cargo de consultor; na análise por setor, homens ganham mais em 25 de 28 aéreas.”
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Vídeos

“Sabendo que é um roubo, o que você faria?
#ParemORoubo
#StopTheRobbery
#CSW61
#Planeta5050
#SálárioIgual
#OportunidadesIguais”
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Acesso ao documentário completo:
Precisamos falar com os homens?
Uma jornada pela igualdade de gênero
ONU Mulheres
“A desigualdade de gênero é uma das violações mais persistentes de direitos humanos do nosso tempo. Ainda que estejamos caminhando para uma realidade mais igualitária entre homens e mulheres, ainda há muito a se construir.”
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Projetos

Eles Por elas (Heforshe)
Um movimento de solidariedade pela Igualdade de Gênero

Acesso ao projeto

Cidade 50-50: todas e todos pela igualdade
A agenda “Cidade 50-50” surge do reconhecimento da importância das políticas públicas municipais para a promoção da igualdade de gênero e para o empoderamento das mulheres no território das cidades.

Acesso ao projeto

Observatório Brasil de Igualdade de Gênero
“…estratégia de disseminação de informações acerca das desigualdades de gênero e dos direitos das mulheres com vistas a subsidiar o processo de formulação e implementação de políticas de gênero e de políticas públicas com perspectiva de gênero no país.”

Acesso ao projeto

Projeto Igualdade de Gênero e Não Discriminação em Abrantes
“Pela promoção de direitos e liberdades, a igualdade de oportunidades de participação, reconhecimento e valorização de mulheres e de homens, em todos os domínios da sociedade.”

Acesso ao projeto

Coletivo Feminista Indaiatuba
“Com o intuito de unir as mulheres e pró-feministas, o Coletivo Feminista promove encontros para empoderar as mulheres em diversas formas.”

Acesso ao projeto

ONU Mulheres
“…um passo histórico para acelerar a implementação das metas da Organização sobre a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.”

Acesso ao projeto

Artemis
“A Artemis é uma organização comprometida com a promoção da autonomia feminina e prevenção e erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres.”

Acesso ao projeto

Think Olga
“Empoderamento Feminino por meio da informação”

Acesso ao projeto

Marcha Mundial das Mulheres
“Mudar o mundo e mudar a vida das mulheres em um só movimento. Igualdade para todas.”

Acesso ao projeto

Você é Feminista e Não Sabe
“Uma série de entrevistas que propõe uma discussão inclusiva, política e atual sobre o feminismo como movimento que busca a equidade de direitos e de oportunidades entre mulheres e homens.”

Acesso ao projeto

Relatos pessoais

(Relatos do dia 8 de Março de 2017)

O dia que as mulheres sejam promovidas tanto quanto os homens, que recebam o mesmo salário pelo mesmo trabalho, que não sofram assédio nem violência, que estejam presentes nas notícias das capas de jornal, que sejam protagonistas de filmes tanto quanto  os homens, que sejam nomeadas ministras, vou concordar que esse dia não é mais necessário.

Mas… menos de 5% de mulheres nos conselhos, 25% de presença em notícias de capa, 30% menos salário do que colegas homens, o presidente anuncia seus ministros e ohhh casualidade, NENHUMA mulher!, mulheres sendo agredidas e mortas todo dia…

Esses e outros dados mostram que não é mimimi e não é um dia pra dar florzinha.

É dia de analizar folha de pagamentos e aumentar salários, é dia de promover mulheres a cargos de chefia, é dia de convidar mulheres para os conselhos das empresas e para os ministérios, é dia de ajudar às mulheres na sua volta a ganhar independência.  (Seja vc homem ou mulher, pode fazer ou pedir alguma das coisas acima)

E se você não fez isso ontem, pode fazer hoje.
O prazo para ser boa pessoa não expirou.

Elena Crescia

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Nesse dia 08 de março não me dê flores
Me dê respeito
Quero a segurança de andar sem medo na rua e a liberdade de usar batom vermelho.
Nesse dia 08 de março não quero homenagens vãs
quero vaga de emprego e o mesmo salário que você recebe esse é o meu direito
Não me venha com flores se você não entende
que toda mulher tem valor toda mulher é gente.
De nada adianta celebrar se você não se lembra o motivo
No dia 08 de março mulheres foram mortas para abafar o grito
O grito por igualdade ainda preso na garganta
alguns chamam de “mimimi” eu chamo de sonho, de esperança.
Que nesse 08 de março acenda em cada peito feminino
a chama e a certeza que não seria mais fácil se tivesse nascido menino.
Homem por favor entenda essa poesia é desabafo
eu não quero criar contenda.
Eu só anseio viver numa sociedade em que a dor de ser mulher tenha virado lenda.
Eu não quero flores eu quero é ter meu espaço
para que cada 08 de março
eu não tenha que apontar o descaso
e possa dizer bem alto
que a desigualdade entre gêneros é coisa do passado.

Thais Cunha

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É muito fácil ser homem.

Homens não menstruam. Homens não tem alterações de humor por conta dos hormônios. Homens não passam pela dor do parto. Homens nao precisam ser pais. Homens não são julgados pelas roupas que vestem.

É muito difícil ser mulher.

Mulheres sofrem bullying por ter alterações de humor ou estão menstruadas. Mulheres sofrem preconceitos no mercado de trabalho por estarem grávidas. Mulheres mães tem que ser sempre as únicas responsáveis pela educação dos filhos. Mulheres são abusadas pela roupa que vestem e ainda são culpadas por que “se estivessem em casa ou com uma roupa decente não aconteceria isso”.

No dia de hoje, não dou parabéns nem flores. Apenas reconheço o grande fardo de ser uma mulher na sociedade, admiro a força com qual elas levam a vida e me junto na luta de um mundo mais equalitário e justo, onde todos possam ser e fazer o que quiserem.

Obrigado a minha mãe, Naciara, e a todas as mulheres da minha vida, por me ensinarem ontem e sempre a ser homem e humano.

Tabajara de Figueiredo

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Aí a mina/o macho não concordam com algumas pautas feministas e se veem no direito de dizer que “mulher” é só quem se comporta de determinada maneira ( que eles determinam, né), enquanto as feministas deveriam esperar parabéns no “dia das crianças”

Claro né, porque quem discorda de mim é menos humano do que eu.
Pra mim, essa fala só exacerba mais ainda a existência dessas discriminações de que fala o feminismo.
Por isso que não gosto desses discursos do que é ” mulher de verdade” ou “homem de verdade”.
Existem múltiplas formas de ser homem , ser mulher, ser humano! E todas são verdadeiras, pro bem e pro mal.
A mulher que é mãe é de verdade, a puta é de verdade, a machista é de verdade, a que luta é de verdade.
O homem que espanca é de verdade (não, ele não é um monstro. É um homem), o que chora é de verdade, o que tenta respeitar é de verdade, o que assedia é de verdade, o homossexual é de verdade.

A grande questão é essa: pessoas são múltiplas. Mas algumas sofrem horrores apenas por ser/ter alguma característica específica.
O que sei que muitas feministas, mas não apenas elas, querem, é que essa multiplicidade possa ser livre para se expressar; e que o desrespeito e a violência acabem.
Queriam acreditar ou não, a realidade é essa: múltipla e dificil. Que tal mais diálogo, criatividade e auto análise e menos julgamento?

Pode-se começar por aí.

Luisa Coan

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Dá rosa não.
Dá espaço pra ela passar, dá sossego pra ela andar. Fala nada não.
Dá o shortinho no calor, decote, saia, o que for. Culpa ela por isso não.
Dá o direito igual o meu, dá um salário igual o teu. Deixa de reconhecer o mérito dela não.
Dá a música pra ela dançar, sozinha, com amigas ou com um par. Pega no braço ou no cabelo dela não.
Dá a mesa do bar, boteco ou coisa parecida, as vezes o que ela quer é só pensar na vida. Ela tá mal por estar sozinha não.
Dá pra ela sua metade nas tarefas da casa, divide o fogão, a louça, cuidar da molecada. Dá dessas de “hoje eu te ajudo”, não.
Dá a rua pra ela dirigir, dá passagem, ultrapassa ou só deixa ela ir. Dá uma de motorista melhor, não.
Dá pra ela 365 “oitos de março”;
dia de luta, de quem tem peito de aço;
que só quer ter direito ao próprio espaço;
usar uma roupa, usar um sapato;
sem as delongas e barreiras do macho;
que apenas por ter algo pendurado la embaixo;
pensa que pode fazer dela esculacho.
Dá florzinha, parabéns, coisa tal e tentou beijar a força no carnaval? Faz sentido, isso não.
Dá amor, dá abraço, dá beijo, dá amasso, dá carinho, dá a mão, mas só quando ela te der atenção. Senão, meu caro, não é sempre não.

Enfim, dá rosa hoje não.

André Finhana

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On this day I humbly come here to apologize to all women for every conscious or unconscious misogynistic action/word that I have ever done/spoke.

I deeply love you all.

Gian Berselli

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Sou feminista
Meu lugar é onde quero estar
Luto pelo que quero
Terei dupla jornada
Sofro de saudade
E de cólica de vez em quando
Não sou imbatível, eu choro também
Quero respeito todos os dias

Carolina Valentim

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Parabéns a todas as mulheres por vários e inúmeros motivos, mas principalmente por sobreviver nessa sociedade escrota que tanto oprime e julga! As coisas vão melhorar, espero!

Gabriel Veloso

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Hoje não é dia de comemorar. É só mais um dia de luta.

Anna Carvalho

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Hoje é um dia especial, feito por lutas, conquistas, muitas vezes morosas, mas conquistas que todos nós temos, ou pelo menos deveríamos, ter orgulho. Exaltar a beleza, o jeito doce que os olhos dançam ou os abraços que confortam as piores caídas de bicicleta, as piores caídas da vida, é algo pequeno e lúdico demais para celebrar no dia de hoje. Dizer que merecem flores, ser tratadas como “damas” e que portam consigo todo o amor do mundo, não seria o básico quando se ama alguém?

Que hoje não seja um dia somente de mimos e presentes espontâneos, mas de estudo sobre a importância da liberdade feminina, de paciência para fazer das opiniões concessões, mas principalmente, de saber que as divergências nem sempre segregam, mas unem conceitos e corações diferentes. Aceitar, discutir, empoderar, não é levar munição em busca de uma vitória pessoal, mas dividir a arma que se carrega em busca de algo muito maior que o triunfo da nossa própria opinião. E que por mais que hajam diferenças, e elas devem existir, o respeito sempre deverá ser uma similaridade.

Parabéns, e que a liberdade de vocês também seja a nossa, pois, na vida real, na vontade de amar e ser amado, de respeitar e ser respeitado, não há concorrência. Ou pelo menos não deveria.

Fred Elboni

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Jovens, parem de dar parabéns pelo dia de hoje. Deem respeito, todos os dias.

Juliana Magalhães

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Nesse 8 de março eu tenho algo a pedir. Não se chateiem, nem encarem essa minha listinha como um julgamento, eu sei que as ações são sempre bem intencionadas e que fazemos tudo isso sem nos dar conta do quanto essas convenções cerceiam o desenvolvimento das nossas meninas. É importante não perpetuarmos esses estereótipos e minha filha vai ser influenciada pela atitude de vocês tanto quanto pela minha, por isso o meu pedido.

Então lá vai:

1- Procure não chama-la de “princesa”, chame de astronauta, matemática, nadadora, escritora, aventureira. Penso que a variedade faz bem e vai ajudar ela a se imaginar com diferentes interesses e profissões, então seja criativo.

2- Nunca diga “isso não é coisa de menina”, tudo é coisa de menina, e de menino, tanto faz. Deixa ela fazer, experimentar, descobrir do que gosta de brincar, como gosta de se vestir.

3- Não elogie ela apenas por ser “comportada”. Elogie também sua energia sem fim, sua vontade de correr, subir em árvore, se sujar, de explorar, correr riscos, desafiar. As mesmas coisas que você acha bonito na personalidade dos meninos, ache bonito na dela também.

4- Procure valorizar as conquistas dela e não apenas a sua beleza, a cor do olho ou do cabelo. É melhor ser específico na hora de enaltecer um comportamento e citar o que ela fez e porque aquilo é legal.

5- Não espere que ela vista rosa o tempo todo, que ache confortável usar vestidos, ou goste de brincar com bonecas. Se quiser dar um presente não se limite pelos rótulos da indústria e estenda sua procura para além da prateleira das meninas.

Essa lista poderia ser bem maior, mas garantir esse começo já é um avanço tremendo e vai fazer um bem danado pra ela.
Obrigada pelo presente!
Com carinho de uma mãe que agora luta também pelos direitos de um ser em formação

Ane Silva

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É incrível ver como muitas das felicitações de dia da mulher são machistas. Hoje não é um dia para celebrar nossa delicadeza, nossa sensibilidade, nosso amor, nossa capacidade de ser mãe. Hoje é um dia para fortalecer a nossa luta. Uma luta por um mundo igualitário, por salários iguais, pelo fim do feminicídio, pelo fim do uso do termo ‘mulherzinha’ com o significado de algo que é menor e pior, por nosso direito de estudar e nos expressar, por nosso direito de poder escolher se queremos ser mães, esposas, profissionais, de não sermos chamadas de fáceis ou putas, de podermos escolher com quem queremos estar. É um dia de nos unirmos em nossa força e não em nossa delicadeza. Não queremos flores, queremos reconhecimento como humanas que somos, nem melhores e nem piores do que os homens, simplesmente iguais.

Parabéns à cada uma das mulheres que faz parte da minha vida e que me ensinou que eu posso ser quem eu quero. Parabéns à nós.

Débora Kolstok

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Mais respeito, mais direitos e igualdade.
Menos Trumps e Bolsonaros.
Feliz Dia Internacional da Mulher para todos os dias.

Miro Dantas

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Ser presenteada no 8M é bom, mas…
você já experimentou ser tratada com respeito e igualdade o ano todo? Pois é, nem eu

Mariana Sabença

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“A ENGENHEIRA ELÉTRICA VALÉRIA QUE NUNCA TEVE OPORTUNIDADE”

Engenheira Elétrica, que chamarei pelo nome fictício de VALÉRIA já está formada há 15 anos e trabalha em uma empresa multinacional. “trabalho na mesma empresa há 15 anos e nunca tive a oportunidade de ocupar cargos de chefia e direção. Sou a única mulher neste cargo, todos os outros cargos de engenheiros são ocupados por homens. Sempre que há curso de especialização custeado pela empresa, nunca fui convidada. Já existiram diversas ascensões funcionais no meu cargo, mas meu nome nunca foi citado. Sinto que por ser mulher, sou tratada de forma diferente, e não sou incluída nos maiores projetos da empresa. O sentimento que tenho é que não me acham com capacidade para projetos maiores, pelo fato de ser mulher. Quanto mais sofro discriminação, mais invisto em minha profissão. A impressão que eu tenho é que todos os dias tenho que provar que sou capaz de exercer a minha profissão, mas não vou me abater por isso, eu sou capaz ”.

Relato retirado de artigo publicado por Gleide Ângelo